quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Boa Noite


Olhos vermelhos
A escuridão me azucrina
4:30 da manhã
...e eu, nesta adrenalina

Saio voando pela janela
Feito pássaro curioso
Vejo o céu estrelado 
...e também o fundo do poço

São tantos homens/lixo
Jogados na calçada 
Crianças chorando muito
Estão com fome, maltratadas

Vejo o rico e suas putas 
Na avenida, todas desnudas
O cara é pai, esposa linda...
...Mas ele prefere cada vez mais puta e pinga

Fui muito longe dessa vez,
Meu cordão de prata avisa
Volto logo pro meu corpo
4:31, adormeço...começa tudo de novo

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sobre vivendo

 
Sentei aqui na areia de frente ao mar
Só pra ver se você viria conversar
Jogar pedrinhas no mar, como sempre
Sorrir das crianças pulando as ondas

Sentei na nossa mesa de café da manhã
Pra ver se você pediria seu paozinho na chapa
...aquele crocante com gosto de manteiga e NÃO  margarina
Esperei pra ver se você ia reclamar do cafe muito doce

Sabe aquela série de tv
...daquele do "carinha que nem fala nada"
sempre sentávamos nesse sofá pra rir
...doía a barriga né?!

Hey, vc nao vai reclamar dessa saia meio curta
...da cor desse batom que DeixaComABocaFeia?
...e do salto plataforma 15?
e discutir sobre cor dos esmaltes, eu já te expliquei tem nome de frutas!

Sabe, o balanço dessa rede não é o mesmo sem seu cafuné
...o café da manhã nao tem aquele mesmo gosto
...e nem mesmo o "carinhaa que nao fala nada", me faz rir
A saia, o batom, os saltos e ate aqueles esmaltes, melhor jogar fora

Eu vou continuar sentada em frente o mar
...quem sabe você desce dos céus e vem conversar
E jogar pedrinhas no mar.




quarta-feira, 27 de julho de 2011

.

No silencio da solidão
Percebo...
Um cheiro
O coração acelera...
...e eu em meio a espera
do dia que nunca chega


O anseio de poder encher meus olhos
Com sua face
Se desfaz com o gosto...
...um gosto amago da saudade

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Madrugada

É quatro e meia da manhã
A insônia me azucrina
Me faz levantar da caminha
...pra compor versos sem rima

As mãos não param de tremer
Procuram palavras com sentido
Pra explicar o que não devia fazer
... eu só deveria estar dormindo

terça-feira, 29 de março de 2011

Sim, entendo...



Naquela tarde não houve adeus
Não se ouviu, nem se leu nada da sua partida
... Achou melhor deixar o gosto amargo na boca de quem sequer entendia
E deixar o adeus por si só percebido
A cada manha que não se ouvia seu Olá.

Entendo que estava cansado
...os coração em carne viva,
Da alma tanto chorar
Virou as costas sem despedida

Sem alarde, sem reclamação
Quem sabe... a melhor opção
Um mundo que não vale um tostão
Um cara que vê, em meio a uma cega multidão

Vai distorcendo sua visão
Tem da vida outra percepção
Vai embora sem aparente razão
...e o mais doloroso


                                  sem adeus nas mãos.
   

Paraiso (sono)

Verde


...no alto da arvore
No gosto do vento
No suor do corpo
No vermelho do olho


Onde a leveza envolve a alma
O ouvido encontra  calma
O corpo arrepiado sobre a areia
Com pés banhados no mar
...feito peixe, e sereia


E toda calmaria se limita
em minutos de nostalgia


Onde essa realidade é utopia
Sua vontade é de acordar meio dia
o relogio desperta,
e o trabalho te espera

E o fim do dia chega
Num tal verde
...no alto da arvore
No gosto do vento
No suor do corpo
No vermelho do olho


Dedicado ao meu amigo Vinny's.




domingo, 20 de março de 2011

E fiquei assim...


Não sei...
...se ando sem assunto
Na verdade não tenho sentido vontade de tocar neles
Estão empoeirados e com teias de aranhas venenosas
Ando de um canto para o outro,
...
Tentando parar de pensar que deveria deixar pra pensar amanha

A inspiração não tem feito mais visitas
Mas sempre peço pra que retorne ...
...o quanto antes se possivel

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Deus

E Ele era a natureza
O banalizei
Queimei
Desmatei
Barbarizei

Sem perceber um demônio me tornei
Matando Ele, quem agora serei?

O Bem vindo

Sentia seu coração bater
...a cada instante o sentia
Seu pulsar
Seu mexer

Sua pele tão clara
Seu corpo tão pequeno
Suas mãos pequenas e já fortes
Seu rosto lindo, transparecendo a mais plena pureza

O seu olhar
É como um rubi precioso
Seu sorrir
Faz estourar uma festa em minha alma

Engatinhava, sorríamos
Caia, chorávamos
Ali... juntos
Em paz, intactos

Seja bem vindo meu lindo
Seja amado meu anjo
Seja acarinhado meu sonho
Seja abençoado meu Filho.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Amanheceu

...A primavera não chegou dessa vez
Um silêncio que nada preenche
O caminho que não é mais feito
A volta pra casa que não acontece...

Na esperança de rever-te
Em meio uma realidade desesperadora
Houve um pacto rompido
...o relógio aponta meio dia
                        E você ainda não voltou

Outrora  ouvia sua voz, em falas alegres
Havia um sorriso de plástico em seus olhos
Que dizia com agonia estou sangrando, estou partindo
Por Deus!!
                      O ponteiro enlouqueceu, ou esta tarde novamente?

A noite caiu, e minhas lágrimas também...
O sono vem...
                     E finalmente você voltou


...pelo menos até o dia amanhecer.


domingo, 19 de dezembro de 2010

Um ano...


Um ano se passou...
Me encontro com marcas que parecem cicatrizes
Elas sangram conforme minhas lágrimas caem
E se reabrem quando vem a dor da saudade

Vivendo entre amigos, amores...
Chegadas, partidas
Mas sempre espero vc de volta em nossa casa
Nosso lar, era um sinônimo de segurança

Sua voz parece estar mais distante
Parece que não o ouço a tempos...
Não tenho sua segurança, seu conforto
Mas o sinto todas as vezes que volto pra casa

...e não o encontro

Tudo voltou com sua partida
E você já não pode dizer
- Vai ficar tudo bem
Tio, sinto saudades

Dos livros que me emprestava
Das palavras doces de afeto
Do singelo Olá, de todas as manhãs
Da tua presença... eu só queria sentir-la

Fica em paz meu tio amado
Porque te amo, e isso não mudará
Fica em paz, meu tio querido
Porque a cada dia estamos mais próximos
Vai em paz, e eu fico com a dor.

domingo, 21 de novembro de 2010

Codinome Humano

Do céu caíram anjos
Eles já não serviam
Humanos sem perfeição
Demônios escondiam

A quem culpar pelos erros?
Quando a e verdade é absurda
Quando a compaixão não é merecida
E já não há a quem pedir ajuda

Sem poder reconhecer-me
Fitei minha fotografia
Imaginando ser um Deus
Pateticamente me perdia

È preciso aceitar-me
Com sabedoria e afeição
Os demônios que fiquem de lado
Deus, eu não quero nem seu perdão

Por mais que pareça pecado
Não segurarei na sua mão
Sou errante pela vida
Sou viajante deste mundo

Entre erros e acertos
É onde aprendo, onde evoluo
Se eu corto minhas algemas
E dou um salto absurdo

Entre a terra e o céu
Vide o palco onde atuo
Me aceito, me respeito
Me amo, me cuido

Deus que me perdoe,
Mas,
... o resto esta em segundo.

sábado, 20 de novembro de 2010

Veda

Eu carne, ossos e sangue.
Na mão do carrasco domador
Do dono da minh’alma
...és o meu amo e senhor.

Fome, frio sede.
Cortem-me ate sangrar
Tantos Deuses a se escolher
E nenhum para me ajudar

Eles brincam com humanos
E os fazem escolher
O caminho dos espinhos
...ou olhos vedados ate morrer

Raça humana ...
Raça sórdida
Raça alienada

Entre a faca e o furacão
O que queres escolher?

Muros



Depois de muito tempo
Percebi a diferença
Entre o ser e o não ser
Eu e o mundo...


Ora, pra que temer os pensamentos
Eles são brilhantes como estrelas
São rápidos como a velocidade da luz
São alvos como a neve e tão imundos

Somos cheios de vaidade
Em ser o mais belo e bondoso
Mas quando no espelho vê seu rosto
E sente o desgosto, de um futuro que não veio


Ao seu lado tem um cara
Senhorzinho de bengala
Velho e inútil
Fedendo e imundo


Lá vai seu ego lhe falar
Neste estado não hei de ficar
Mas amanha é um dia novo
E no novo não há controle


Ou por dentro sente pena
Mas nada vai fazer
Humano impotente
Se torna tão descrente


Se condena pela arrogância
E também a ignorância
De ter nojo do velho senhor
Sentado na escadaria


Alma errônea, fria
Quebra a cara nesta vida
Se não sentisse isso tudo
Jamais evoluiria





Um Fim


Mais uma vez o trem passou
Clamar por Deus já não ajuda
Houve um ultimo suspiro
E seus olhos se fecharam


Havia dor em seu corpo
Doía ainda mais a sua alma
O sofrimento do seu rosto
Só pedia paz, pedia calma


Será que há paz no vale?
Será que depois disso não há nada?


Ela sentiu um cheiro de rosas
E olhou seus amores pela ultima vez
Sabia que era a hora de ir...


...e partiu.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Cidade


Amanheceu
E eu parado em meio a multidão
Barulho,o mal cheiro da poluição

Uns correm, outros nem sabem onde estão
O frio ameaça os que moram na rua
Um velho senhor teme a morte
Ele suplica a Deus um pouco de sorte...

Velho, sem renda, sem nada...
Apenas uma historia de vida
Ele viajara pelos cantos desse mundo afora
Mas agora que importa? Ele sequer tem memória

Anoiteceu, e barulho também diminuiu
E na noite passada
Aquele velho senhor morreu de frio

Eu continuo aqui parado
E você também
Porque para nós
Aquele velho não é ninguém.